Lá fora a chuva fina turva a luz
e molha o palco aberto onde se faz
e molha o palco aberto onde se faz
da hora a velha sina que conduz
quem olha a rua incerta e o chão voraz.
Um vulto esconde o rosto em breu capuz
enquanto a chuva insiste em ser tenaz...
Avulta em mim desgosto que traduz
em pranto a chuva triste e pertinaz.
Estia enfim e o vulto se levanta
e leva o seu carrinho em contramão
na via onde um insulto o desencanta
e faz brotar nos olhos a explosão
que torna a raiva insana e a dor maior
na lágrima, na chuva e no suor.